2ª edição do centenário de Suassuna traz incentivo cultural para mais de 200 jovens de Brasília
Capital federal é tomada por homenagens a um dos maiores nomes da literatura brasileira
Em meio às interpretações do ator Aramis Trindade, que deu vida ao Cabo 70 no filme ‘O Auto da Compadecida’, de 2000, e os ensinos históricos-culturais do advogado e historiador, João Suassuna, neto de Ariano, a Fundação João Mangabeira (FJM) promoveu três de dias de homenagens e conhecimento às crianças da rede pública municipal de Brasília (DF) ao eterno dramaturgo e presidente de honra do PSB Nacional.
Olhos atentos, atenção redobrada e muita curiosidade. Enfeitada de circo, quadros de Ariano e um telão simulando uma sala de cinema, a sede do PSB abrigou as crianças da Escola Classe 106 Norte, Centro de Ensino Fundamental 01 do Varjão e Centro de Ensino Fundamental 02 do Paranoá. Elas puderam desfrutar do filme inspirado na obra de Suassuna, participar dos jogos de perguntas e respostas sobre a história do autor e, claro, comer muita pipoca e cachorro-quente, além de ganharem cordéis nordestinos e obras literárias famosas. No total, 210 jovens a partir de 12 anos se divertiram e se encantaram com o legado do escritor, de 30 de agosto a 1º de setembro. que, inclusive, contou com a participação do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
Dias antes, em 29 de agosto, na abertura do evento na sede da FJM, a militância pessebista, parlamentares federais e estaduais, além de históricos socialistas já haviam reverenciado o Mestre Suassuna com discursos, poemas e vídeos emocionantes sobre o paraibano de nascimento e pernambucano de coração, mas acima de tudo, um brasileiro nato, apaixonado pelo país.
“É uma emoção muito grande, difícil efetivamente expressar em palavras tudo que a gente viveu e sentiu aqui. Não consegui nem segurar o choro, mas foi um choro como de Ariano: o choro da esperança, do sonho e a gente poder levar por intermédio da Fundação João Mangabeira esse sonho, essa esperança de Ariano por meio da cultura e da arte, do riso, a reflexão para esses jovens da rede pública de Brasília é exatamente o que a Ariano é, pensa e nos leva adiante”, contou João Suassuna ao final do evento.
O neto de Ariano ainda exaltou os ideais do avô. “Ele dizia que o Brasil que ele sonhava significava o país que, pela primeira vez na história da humanidade, em todos os tempos, pudesse ter a fusão da justiça e da liberdade. Que a gente conseguisse fundir o nosso país em um só: o Brasil das oportunidades e que o Brasil oficial se tornasse a expressão perfeita e acabada do Brasil real e eu tenho certeza que esse trabalho, que está sendo feito a várias mãos, é esse o sonho de Ariano. Esse sonho é agora e é do presente. Ariano presente, viva Suassuna”.
Ao falar da descoberta profissional que as crianças irão passar no futuro e a busca pela conquista dos sonhos, Aramis Trindade contou que “cada um de nós tem um sonho dentro da gente, cada um tem uma chama interna lá dentro que se a gente não sabe o que vai ser, mas daqui a pouco saberemos. Daqui a pouco cada um vai descobrir através dessa sua chama interna e quando descobrir, acreditará nela. Que o galope do sonho, o riso vai a cavalo. É só gratidão a todos!”
“Dos 95 aos 100 anos, cinco faces de um brasileiro legítimo”
Criado em 2022, pelo presidente da FJM e ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB-SP), o evento comemorativo a Ariano Suassuna busca se diferenciar das demais celebrações centenárias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. França quis realizar a solenidade anualmente, como uma contagem regressiva para os 100 anos do escritor, assim, relembrando todos os anos a sua importância na cultura popular brasileira. As sedes escolhidas são locais históricos para o país. No ano passado, foi realizado em Paraty, no Rio de Janeiro; este ano, em Brasília, no Distrito Federal e, nos próximos anos, a celebração será realizada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba, respectivamente, em cidades ainda a serem definidas.
“Ariano é a representação do nosso país e é uma pessoa que merece ser lembrada muitas vezes”, destacou França.