Publicado 21 de agosto de 2021 11:31. última modificação 21 de agosto de 2021 11:45.

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A Economia Criativa Brasileira e o Folclore

Você pode se perguntar, o que folclore tem a ver com economia? A gente te responde: tudo! A diversidade cultural é, segundo a Unesco, uma fonte de desenvolvimento, e a economia criativa bebe diretamente da fonte da diversidade cultural representada pela sua mais genuína expressão: o folclore.

Neste domingo, 22 de agosto, comemora-se o Dia do Folclore. A data foi escolhida porque foi nesse dia, em 1846, que o folclorista britânico William John Thoms usou a palavra folclore pela primeira vez, ficando instituída a comemoração a partir de 1951.

Junção do inglês folk (povo) e lore (conhecimento), o folclore engloba as manifestações culturais de uma comunidade, com base nas suas tradições, expressas individual ou coletivamente, sendo representativo de sua identidade cultural e social, seus costumes e valores.

Tais manifestações folclóricas, em geral, não identificam autores, são espontâneas, transmitidas oralmente e sem formalização, são antigas e destacam regionalismos. Podem se inspirar nos hábitos herdados da miscigenação de três povos (indígena, português e africano) e da influência dos imigrantes de várias partes do mundo.

Mas não dá para generalizar. Há, também, a transmissão escrita, como é o caso da literatura de cordel; há autores identificados, no caso dos repentistas conhecidos.

Além disso, o folclore não nasce apenas do passado, mas como cultura viva e dinâmica, pode advir de costumes contemporâneos.

Abrange lendas, danças, festas, tradições, canções, literatura, ditados populares, culinária, brincadeiras, jogos, entre outras manifestações.

Já a economia criativa pode ser definida como a criação, produção e distribuição de produtos e serviços que se originam da criatividade, do capital intelectual e do conhecimento.

Assim, é natural que a economia criativa brasileira recorra ao folclore nacional e nesta diversidade das expressões culturais brasileiras se consolide.

Artesanato, moda, gastronomia, arte, tudo pode ser gerado desta simbiose de expressões que surgem e se transformam, aliadas à inovação, sustentabilidade, inclusão social e cooperativismo.

De acordo com a Unesco, a diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha que se oferecem a todos. É uma das fontes do desenvolvimento, entendido não somente em termos de crescimento econômico, mas também como meio de acesso a uma existência intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória.

Estudioso da economia criativa, Domingos Leonelli nos fala sobre a criatividade como estratégia de desenvolvimento, com práticas bem-sucedidas nos Estados Unidos, na China e na Inglaterra. No Brasil, diz haver iniciativas embrionárias, especialmente em Pernambuco e São Paulo, notadamente por parte do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

“Inovação e criatividade já se tornaram quase um lugar comum quando se fala em economia. Inclusive no Brasil. O grande problema é transformar esse binômio em estratégia de desenvolvimento. Fazer desses elementos o eixo central de um projeto nacional de desenvolvimento. E nesse sentido, o PSB é o primeiro partido brasileiro que toma esse tema como central e prioritário, compreendendo que a formação de capital na era do conhecimento passou a ter, na inovação e na criatividade, seus principais elementos”, destacou Leonelli. “Em lugar dos investimentos em capital fixo como imóveis, máquinas e equipamentos, o valor é gerado pelo conhecimento, pelas pesquisas, pela tecnologia e por agregação cultural. E o valor das mercadorias também passou a ser determinado pela inteligência embarcada em cada uma delas. É por isso que, na Autorrefoma do PSB, propomos o renascimento criativo da indústria, e não uma simples reindustrialização. E propomos uma espécie de choque de economia criativa na Amazônia, com a floresta em pé e os rios fluindo, a Amazônia 4.0”, concluiu.

AÇÕES – O presidente da Fundação João Mangabeira (FJM), Márcio França (PSB-SP), quando foi governador de São Paulo, em 2018, implantou as Escolas de Técnicas de Economia Criativa (ETECRIs). Eram espaços inovadores que formavam profissionais voltados para o mercado de trabalho que mais cresce no Brasil.

Jovens maiores de 16 anos aprendiam, em várias cidades, profissões como vitrinista, técnico em web design, recreacionista, especialista em food styling na gastronomia, práticas em mídias sociais, design de moda, grafite, entre outras. Foram oferecidas, logo no início, 8 mil vagas ao ano em cursos de três meses de duração, com até 160 horas/aula. Hoje, o ganho estimado de quem atua na economia criativa é 25% acima da média.

Além disso, por meio da Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades (SUTACO), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI), França autorizou a emissão de notas fiscais para formalizar 80 mil artesãos.

“Esta tendência mundial chegou ao Brasil para ficar e temos que preparar nossos jovens para este mercado de trabalho. Agora, ainda sob o impacto da pandemia, precisamos incluir enorme contingente de desempregados e este caminho repleto de criatividade é uma ótima opção”, destacou o presidente da FJM.

A Fundação João Mangabeira homenageia o patrimônio cultural brasileiro e apoia a Economia Criativa.
Por um Socialismo Criativo!

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