Publicado 29 de outubro de 2021 19:56. última modificação 30 de outubro de 2021 00:02.

OUVIR
Notícias

“Candidato que afirma que segurança pública é ‘tiro porrada e bomba’ deve deixar de ser opção de voto”, afirma Lívio Rocha, em live da NSB-SP sobre Segurança Pública

Iniciativas para mudar a realidade atual foram sugeridas, como participação popular e uma solução a longo prazo, que passa por ações sociais

A segunda live da série sobre Segurança Pública, proposta pela Negritude Socialista Brasileira-SP, foi realizada na última quarta-feira (27/10), com sugestões de ações efetivas para mudar a realidade atual. Participaram do debate Amanda Sobreira, advogada e diretora de Estudos e Pesquisas da Fundação João Mangabeira; Márlon Reis, advogado, ex-juiz de Direito e doutor em Sociologia Jurídica; e Lívio Rocha, investigador de polícia, pesquisador de Segurança Pública e Cidadania do Mackenzie e associado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com mediação de Arlindo Felipe Junior, secretário geral da NSB-SP.

Amanda Sobreira abriu a live, reiterando a importância do tema para a autorreforma do PSB, e ressaltando a importância do abandono de paradigmas. “Debater segurança pública vai muito além do combate ao crime. É buscar e estudar modelos que deram certo em cidades de outros países, como Medelin, Nova Iorque e no Brasil.” Entender que a solução é de longo prazo e que passa pelas ações sociais foram as principais medidas citadas pela diretora da FJM, além da implantação de uma política afirmativa, com mais mulheres no comando, o que daria um novo olhar para a segurança pública no país.

Já o ex-juiz Márlon Reis reiterou os pontos levantados por Amanda e incluiu o descaso do Poder Judiciário. Para ele, a ação do juiz não pode acabar após dar a sentença, a fim de não corroborar com um círculo vicioso. Márlon apontou a ADPF 635 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), proposta no Rio de Janeiro pelo PSB, que teve como finalidade o combate a atos desrespeitosos aos chamados preceitos fundamentais da Constituição e que traz várias missões para o Estado diminuir a violência. Perguntado pelo mediador sobre a omissão do Ministério Público, ele disse que foi, sim, omisso, e que cabe ao órgão cumprir o seu papel de fiscal da lei.

Lívio Rocha trouxe o debate para o cotidiano e convivência entre população e polícia, e também concordou que as medidas de mudança devem partir do Estado. Para ele, candidatos que usam a frase de efeito que segurança é ‘tiro porrada e bomba’ não deveriam ser opção de voto para a população, pois não será assim que o problema de segurança pública será resolvido. Uma das ações propostas por ele é a participação popular, por meio dos Conselhos de Segurança (CONSEGs) que devem ser não só consultivos, mas também deliberativas. “Isso já ocorre nos municípios e deveria ser seguido pelos Estados.”

Mais três encontros estão programados para as próximas semanas, nos dias 3, 10 e 17 de novembro, às 19 horas, trazendo a participação de mais especialistas na área e de membros das comunidades que mais sofrem com a violência policial.

Compartilhe
compartilhamentos: