CASAGRANDE APRESENTA PAUTA VERDE EM GLASGOW COMO LÍDER DE CONSÓRCIO DE GOVERNADORES
Fazendo contraponto à imagem negacionista ambiental do Brasil, governador do Espírito Santo defende zerar
desmatamento e acelerar uso de energias renováveis na COP26
Com a imagem fragilizada internacionalmente e a ausência de seu presidente, Jair Bolsonaro (sem partido) – que ‘estrategicamente’ preferiu ir para a Itália assistir homenagem a militares combatentes na Segunda Guerra e visitar cidade do bisavô -, o Brasil terá um forte aliado na defesa de suas metas e apresentação de ações efetivas para alcançá-las na COP26, que começou neste domingo (31/10), em Glasgow, na Escócia.
É o Consórcio Verde Brasil, liderado pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), que juntamente com mais nove governadores, entre eles o de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), vai apresentar sua pauta verde na cúpula ambiental, defendendo zerar o desmatamento e acelerar o uso de energias renováveis. “Construímos um consórcio, que já tem adesão de 22 governadores, objetivando ajudar o Brasil a alcançar as suas metas e mostrar também a fotografia do país nessas conferências”, explicou Casagrande (PSB), que contará também com a participação do presidente da Assembleia do Mato Grosso, Max Russi (PSB-MT), deputado estadual socialista.
O governo federal, que será oficialmente representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o embaixador Paulino de Carvalho Neto como chefe da missão, nos últimos anos tem se mantido afastado do tema, com postura mais negacionista. “Antes era um assunto que só o governo federal tratava. Vamos estar em dez na Escócia e isso mostra uma preocupação que os governadores passam a ter com o tema que até pouco tempo não tinham tanto”, afirmou Casagrande.
Ele explicou que o consórcio irá ajudar os estados a elaborarem o seu plano estadual de mudanças climáticas, envolvendo o setor produtivo de cada estado, as academias e a sociedade.
No Acordo de Paris, assinado pelos países em 2015, o Brasil estipulou, entre suas metas, reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025, em comparação com os valores de 2005, e 43% até 2030, além de zerar a emissão de carbono líquido até 2060.
De acordo com o Observatório do Clima, o desmatamento e as queimadas nas florestas são a maior fonte de aumento nas emissões brasileiras, mas Casagrande acredita que o Brasil pode reduzir a zero os seus desmatamentos. “A ação mais objetiva que o Brasil pode fazer no curto prazo é zerar o desmatamento e tem tecnologia para isso, necessitando vontade política e investimento”, ressaltou Casagrande.