Live de Renato de Andrade e João Beato trouxe os bastidores de campanhas eleitorais
Um dos assuntos em evidência nesse começo de 2022 é, com certeza, as eleições que serão realizadas no último trimestre para presidente, governador, deputados estaduais e deputados federais, e para uma campanha ser bem-sucedida são necessários muita antecedência e o desenvolvimento de estratégias. Foi pensando nesse ambiente de pré-campanha, que o cientista social João Beato e o chefe de gabinete da Fundação João Mangabeira e especialista em campanhas, Renato de Andrade, realizaram uma live na noite da última segunda-feira (7/2), transmitida pelas redes sociais.
João Beato iniciou a live contando como foi seu ingresso na política e no universo das campanhas eleitorais, relembrando, junto com Renato de Andrade, todas das quais participou, datando a primeira em 1989, na campanha à presidência de Mário Covas. Já a primeira campanha de Renato foi em 1978, com João Herrmann Neto, e após essa, vieram inúmeras outras. Renato e João lembraram algumas dessas campanhas e contaram detalhes e curiosidades sobre elas.
Sobre a importância de ter uma equipe preparada para lidar com os desafios de uma campanha, João citou como uma das coisas fundamentais o diálogo com as lideranças locais e ressaltou que o candidato precisa estar na rua, junto com os eleitores. “O candidato que se distancia da população e de seu eleitorado tem grande chance de não ser levado a sério”, pontua.
Em outro momento da live, eles falaram sobre o fim dos debates ideológicos no Brasil. Segundo Renato de Andrade, não acabou hoje, acabou por volta de 2010. “Me lembro que, quando estava no Senado, quando se anunciavam nomes que iriam falar no plenário, todos paravam para ouvir. Hoje, você não tem orador, o Brasil está carente de bons debates, e não podemos confundir debate com confronto e nem embate. Debates democráticos, maduros, de opinião”.
Encerrando o bate-papo, João perguntou a Renato qual a campanha que mais o frustrou e qual mais lhe trouxe satisfação. Renato respondeu que a campanha de 2014, com Marina Silva, após a trágica morte de Eduardo Campos, foi a que mais lhe marcou negativamente, porque a candidata não conseguiu, naquele momento, reestruturar a campanha e se equivocou em algumas decisões, o que gerou frustração na equipe. Em contrapartida, a campanha que mais lhe trouxe satisfação foi a da reeleição de Márcio França, em São Vicente, com 93% dos votos válidos.
Questionado sobre onde estará na próxima eleição, Renato afirma que quer estar ao lado do presidente da Fundação João Mangabeira, na luta pelo governo de São Paulo. “Eu sou fã do projeto que o Márcio França tem para o Estado de São Paulo, e como disse o presidente Carlos Siqueira, ele só não será candidato se não quiser, e ele quer e eu estarei com ele”, finalizou Renato.