História de uma eleição: para Amastha, vencer o bolsonarismo em Palmas foi um grandedesafio
Em entrevista à web rádio FM JM da Fundação João Mangabeira na última terça-feira, 05/11, o vereador eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Município de Palmas-TO, Carlos Amastha, que é diretor de organização da Fundação João Mangabeira e Amanda Sobreira, que é presidente do PSB daquele município, relataram como foi aquela eleição municipal em 2024.
O PSB, de Amastha e o Podemos de Eduardo Siqueira Campos, contavam cada um com apenas 30 segundos no horário eleitoral e partiram atrás na corrida eleitoral. O resultado final representou uma mudança de cenário em relação ao 1º turno, quando Eduardo Siqueira estava em desvantagem, com 32,42% dos votos válidos, e a deputada estadual professora Valcari estava à frente com 39,22%.
Amastha revelou que retirou sua candidatura a prefeito, que era esperada pela população e pelo PSB, para beneficiar a candidatura de Eduardo Siqueira Campos (Podemos) à prefeitura, que corria muito risco. “Porque se eu insistisse numa candidatura a prefeito, com certeza todos seríamos derrotados. Houve um absurdo que foi montado em torno da candidata do PL. Para você ter uma ideia, estamos falando de dez partidos que se juntaram, dinheiro que não acabava mais”, afirma Amastha.
A campanha em Palmas foi nacionalizada pelo grupo do ex-presidente Bolsonaro, a candidata do PL, partido de Bolsonaro, Janad Valcari, recebeu vários bolsonaristas em sua campanha, entre eles o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a senadora Damares Alves (PL-DF), a ex-primeira dama Michele Bolsonaro, que esteve duas vezes em Palmas, e o próprio Jair Bolsonaro, que foi também duas vezes em Palmas.
Amastha conta que “na sexta-feira, véspera da eleição, enquanto acontecia o debate da Globo, do lado de fora estava o ex-presidente Bolsonaro agitando as galeras. E no sábado, véspera da eleição, Bolsonaro passou o dia inteiro em Palmas, tomando café da manhã, fazendo carreatas gigantescas”. Apesar do grande número de bolsonaristas em Palmas, cerca de 69% da população se declara bolsonarista, ele não conseguiu eleger sua candidata lá.
A presidente do PSB de Palmas, Amanda Sobreira descreve o cenário da campanha como um cenário de guerra, em que um dos lados tem o poder de fogo muito maior que o outro. Do lado da candidata do PL eram 10 partidos e muito poder econômico; do outro lado, tinha trabalho prestado, tinham duas personalidades que têm história em Palmas (Amastha e Eduardo Siqueira Campos), e Palmas mostrou que isso, sim, faz a diferença em uma eleição”, afirma Amanda.