Brasil corre sério risco de não fazer parte da 4ª Revolução Industrial
Afirmação é do professor Fernando Peregrino, em live sobre renascimento criativo da indústria
A sétima live sobre a Autorreforma do PSB, realizada na noite desta segunda-feira (12), acendeu um alerta para o futuro da produção industrial brasileira. “A quarta revolução industrial ainda não chegou e o Brasil corre um sério risco de não participar dela se não modificar o rumo urgentemente”, alertou o convidado especial, professor Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior (CONFIES).
Para ele, a tríplice hélice (junção do Estado, Universidade e empresas) é uma das alternativas mais eficazes para recuperação criativa da indústria brasileira. “A quarta revolução será de automação dos processos produtivos da internet, as cidades inteligentes, a customização de produtos exigidos pelo mercado. Será a chamada indústria do conhecimento e é preciso ter mão de obra capacitada, entre outras coisas, para que o Brasil entre para essa sociedade”, enfatizou Peregrino.
Dentre o extenso material apresentado por ele, destaque para os fatores que impedem o Brasil, hoje, de participar desse futuro e inadiável evento mundial: baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento (apenas 1,2% do PIB); educação básica deficiente (64º no PISA); investimento estrangeiro sem contrapartida; baixa ligação universidade-sociedade, e estado burocrático.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, agradeceu a grande contribuição do especialista e reiterou que há tempos não via uma exposição tão concisa e, ao mesmo tempo, tão objetiva e clara sobre a perspectiva negativa que o Brasil se encontra em relação a outros países do mundo. “Nós não estamos fazendo absolutamente nada, a não ser atrasar ainda mais o avanço da nossa indústria e economia, portanto, aí está um problema muito sério que precisa ser superado sob pena de levarmos o país à decadência”, declarou o presidente nacional do PSB.
Em contribuição à autorreforma, o professor Peregrino listou algumas atitudes que podem mudar a atual situação da indústria brasileira, como integrar a política C&T&I com a política macroeconômica, incorporar a estratégia de tríplice hélice, promover a inovação aberta, apoiar a implantação do marco legal da inovação (lei 13.243), encomenda tecnológica e redução da burocracia estatal.