Publicado 1 de novembro de 2022 19:15. última modificação 1 de novembro de 2022 19:15.

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Com Lula e Alckmin o verde e amarelo voltará a ser de todos os brasileiros

Por Márcio França

As eleições presidenciais do último domingo marcam um momento histórico para o Brasil. Nossa democracia está sendo posta à prova. Tentou-se utilizar todo tipo de artifício antidemocrático para manter os que estão no poder por mais quatro anos, de fake news à utilização da máquina pública e até das instituições de Estado. Durante a campanha a pauta político-administrativa foi insistentemente substituída por debates em torno de questões ligadas a costumes. A bandeira pátria foi usurpada por um dos lados da disputa, como que dando a entender que o país pertencia a eles.

Passado o pleito, segue a marcha da insatisfação daqueles que perderam as eleições e não conseguem admitir a derrota em uma atitude claramente antidemocrática. Ante o silêncio do presidente, seus correligionários se organizam de forma esparsa pelo Brasil resistindo ao resultado das urnas. Até depois de terminadas as eleições, o Supremo Tribunal Eleitoral (STF) se vê obrigado a intervir para acabar com o bloqueio de estradas, para que a paz sobrevenha e os brasileiros tenham direito a circular livremente.

Os desafios que ora se colocam para a nação não são diferentes dos que surgiram antes das eleições. O Brasil sofreu nas mãos de um presidente negacionista, que negou a ciência, demorou a comprar a vacina e deixou de se solidarizar com a população nos momentos mais difíceis da pandemia. Apesar de inconsequente e maléfico para a população, o movimento que ficou conhecido como bolsonarismo ganhou dimensões preocupantes e foi se arraigando no meio popular, baseado principalmente nos artifícios que vimos durante o pleito eleitoral.

Em março do corrente ano tivemos a honra de filiar ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de quem fui vice-governador, com isso a ideia era acrescentar ao movimento criado em torno de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), uma força política que mostrasse a amplitude do que representava o candidato petista à Presidência da República. Com um perfil mais conservador e de centro, Alckmin referendou o projeto presidencial que até aquele momento estava mais à esquerda do espectro político.

Dividida entre as duas pontas da polarização, a sociedade brasileira queria um representante que pudesse livrá-la do constante estado de terror em que vivia. A adesão de Alckmin ao projeto liderado pelo candidato progressista foi fundamental e funciona como um aval de que teremos um governo com visão de 360 graus, capaz de governar para todos os brasileiros, pondo fim a uma gestão que governou apenas para aqueles que seguiam sua doutrina esdrúxula.

A adesão do vice-presidente eleito a Lula é emblemática e mostra que houve uma concertação entre as várias forças políticas do Brasil, de todos os campos ideológicos e de todos os lugares, de leste a oeste e de norte a sul. Em São Paulo, no segundo turno, Lula teve 44,76% dos votos, 13 pontos percentuais a mais do que a votação obtida em 2018 por Fernando Haddad, 32,03%. Conseguimos reduzir a rejeição para que chegássemos ao resultado vitorioso que obtivemos, apesar do uso descarado da máquina estatal.

Tudo isso nos faz ter a certeza de que o presidente Lula e seu vice-presidente Alckmin são as pessoas certas no momento certo para colocar o Brasil no bom caminho econômico, político e social. Com sua experiência e a consciência da importância histórica desse momento, eles vão reestabelecer a democracia e unir novamente o povo brasileiro. Com essa dupla o verde amarelo voltará a ser de todos os brasileiros.

Autor: Márcio França, presidente da Fundação João Mangabeira (FJM) e ex-governador do Estado de São Pa

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