Entrevista: bolsistas do curso de Gestão Pública falam sobre a experiência proporcionadapela Fundação João Mangabeira
Em 2021 a Fundação João Mangabeira (FJM), por iniciativa de seu presidente, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, começou a financiar bolsas de estudos universitários e a criar a Faculdade Miguel Arraes (em fase de implantação), um antigo sonho acalentado pelos saudosos líderes do Partido Socialista Brasileiro, Miguel Arraes e Eduardo Campos. Em parceria com a Unimes (Universidade Metropolitana de Santos), a Fundação João Mangabeira iniciou um projeto de formação em Tecnologia em Gestão Pública. Hoje, já são centenas de alunos formados.
Entre eles estão Marcelo Santana e Eva Oliveira. Que deram essa entrevista para a Fundação João mangabeira, onde falam sobre os desafios do ensino à distância, que ao mesmo tempo permite estudar sem ter que se deslocar, mas traz fragilidades com relação ao, as vezes precário, acesso à internet; sobre o processo de aprendizado e as oportunidades e perspectivas sobre o futuro. Confira a entrevista.
FJM – Marcelo, como foi esse teu processo de formação online, já que o curso é em EAD?
Marcelo – Olha, é um desafio fazer essa formação de uma maneira online. A gente tem os pormenores que podem acontecer com energia e internet, mas eu senti muito acolhimento por parte tanto dos técnicos da faculdade quanto do pessoal da Fundação. Mas o importante é que durante todo o processo de aprendizado, a gente não se sente sozinho. A gente tá junto com o pessoal, a gente faz grupo, a gente conversa, a gente interage.
Então, às vezes, quando falta alguma coisa pra um, o outro vai complementando e isso conta muito no final da formação.
FJM – Você hoje é assessor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Como é que essa tua formação de gestor te ajuda na experiência do dia a dia de trabalho?
Olha, a formação que a Faculdade Miguel Arraes e a Unimes me proporcionaram foi de um caráter técnico muito bom. Não tem nada que eu sinta falta nesse processo. Importante entender como um gestor público, uma pessoa que tem uma função pública, pode contribuir pra sociedade. Então, conta muito uma formação mais voltada para o social, porque a gente já tem uma base, já tem um pensamento mais progressista e consegue entender como a gente converte isso pra uma política pública.
E botar isso em prática e ver as coisas irem tomando forma, é muito legal.
FJM – Você conseguiu, a partir dessa formação, ser aprovado num concurso público, que é o sonho de muita gente. Você foi aprovado no concurso da Câmara Municipal de Maricá.
Conta aí pra gente como é que foi essa história.
Marcelo – Fazendo rápido um retrospecto, comecei na Câmara na parte do assessoramento legislativo e apareceu a oportunidade desse concurso de Maricá. Eu achei que já tinha uma certa quantidade de conhecimento pra poder fazer o concurso.
Então, estudei mais, fui ver como era o edital, enfim… Fui fazer o concurso de uma maneira muito despretensiosa. Mas, claro, me dediquei.
E fiquei surpreso com a colocação. Fui o primeiro nas cotas e, na classificação geral, fui o quinto lugar. Então, foi uma felicidade muito grande poder ver que as coisas vão se encaixando.
O processo que iniciou lá em 2021, com uma intervenção da deputada Tábata Amaral (PSB-SP), e isso acabou culminando na aprovação em um concurso público.
FJM – Parabéns aí, Marcelo! É o sonho de muita gente esse de passar num concurso público. O que você acha de uma iniciativa como essa do presidente da Fundação, ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França? O que você tem a dizer sobre essa iniciativa de criar esse curso de tecnólogo em gestão pública e colocá-lo à disposição, com bolsa, com tudo pago, com assistência, como você falou aí, para as pessoas, não apenas do partido, mas principalmente do partido, com o objetivo de melhorar o serviço público?
Marcelo – Eu vou falar por mim, porque ela é um divisor de água na vida das pessoas. Foi uma atitude surreal dele ter tido essa iniciativa porque isso é fundamental, principalmente para jovens, para pessoas que querem entrar no mundo político, porque ela prepara pessoas que são do partido ou não são do partido com uma visão de gestão pública mais consciente, mais comprometida, com o social mesmo. Quando instituições como a Fundação João Mangabeira e a Faculdade Miguel Arraes oferecem essa formação, elas ajudam a criar liderança, criar servidores que realmente entendem a necessidade da
população.
Esse programa foi um divisor de água na minha vida e acredito que pode ser na vida de muita gente. Inclusive, já estou fazendo outra formação, para continuar. Estou fazendo Administração na Unimes e eu estava pensando sobre a possibilidade que o curso dá pra gente de devolver até o que o curso investiu, porque hoje eu estou empregado e eu consigo pagar a universidade.
É claro, a gente fez com uma bolsa, a Fundação bancou e agora eu consegui o emprego e eu estou num processo de educação continuada, pagando, para fazer outra formação, outra graduação. Eu acho que o ponto é fazer com que as pessoas tenham uma formação e que elas consigam caminhar com as próprias pernas depois. E aí a gente vai fazendo um pouquinho aqui, vai fazendo um pouquinho ali e no final das contas, as pessoas no coletivo vão devolver isso de alguma forma para a sociedade.
FJM – Você pode mandar um recado para quem está fazendo o curso, para quem está nesse processo, do que que você passou com essa questão do EAD, de qual é o melhor caminho para seguir e para não desistir no meio do caminho e para todo mundo que está a fim de fazer um curso como esse, de que vale a pena ter esperança de que as coisas podem mudar a partir de uma formação?
Olha, para quem está fazendo o curso agora, eu digo que aproveite cada momento, cada oportunidade de aprendizado, cada momento de troca, é realmente muito difícil a gente conciliar, as vezes, a coisa do dia a dia, família, trabalho, mas não desistam.
Porque lá atrás, quando eu comecei, eu também tinha dúvidas, às vezes eu não conseguia pensar, sabe, onde isso ia me levar, o que eu ia fazer, mas a gente precisa, claro, se dedicar ao estudo, se esforçar e não esquecer que tem pessoas da Fundação para ajudar. Acho que é fundamental lembrar disso, é fundamental olhar para o lado e pedir ajuda. Se tem uma dificuldade, fala com o pessoal. O pessoal que está estudando ali faz grupo no WhatsApp, então pergunte, se aproxime de pessoas que tenham a disposição de ajudar, que as coisas ficam um pouco mais leves.
No final da formação você vai olhar para trás e vai ver que valeu a pena. Aproveitem, se inspirem, levem para a vida de vocês todo o conhecimento e amizade que vocês estão construindo aí, porque o futuro vai devolver esse esforço de vocês, essa energia que vocês estão colocando nisso, com muita oportunidade. As portas vão se abrir, sim, eu tenho certeza disso
Eu gostaria muito de agradecer todo mundo da Fundação em especial ao nosso ministro e também à deputada Tábata Amaral, ao agora vereador Edson Santos também, pessoal do PSB, do Espírito Santo, a Rogéria e o Mário Negão. As pessoas que eu estou falando são pessoas que fizeram uma diferença muito grande nesse processo, fizeram com que essas coisas fossem possíveis.
FJM – Eva, como foi a tua experiência de estudar online, já que o curso é EAD?
Eva – Foi ótimo, porque na época eu tinha acabado de chegar em Brasília e eu não tinha muito conhecimento. Então, isso pra mim foi uma grande oportunidade de poder estudar de casa.
E o que que você tem a dizer, Eva, para as pessoas que têm vontade de fazer um curso à
distância?
Eva – Eu sempre indico muito pra meus amigos, porque a gente, às vezes trabalha, tem muitas obrigações a fazer e não tem tempo de ir até a faculdade. Então, você estudando de casa, você tem mais um conforto, você tem mais uma tranquilidade.
Você teve a oportunidade de estagiar no Instituto de Registro de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas do Brasil. Como é que foi essa experiência?
Eva- Foi ótimo. Foi logo no início que eu iniciei a faculdade. Eu tive essa oportunidade e foi maravilhosa.
E aí veio 2023, você se formou. Como foi a emoção de participar daquela formatura com a presença das lideranças do PSB? Como é que foi aquele momento?
Eva- Foi emocionante. Estar com tanta gente tão importante ali, fiquei muito feliz. A minha família ficou muito feliz. Foi a realização de um sonho.
E durante o período do curso, você recebeu suporte da Fundação? Como foi essa relação?
Eva – Sim. Sempre quando a gente tinha dúvidas sobre alguma coisa, a gente entrava em contato e eles eram super pontuais, respondiam direitinho. Quando a gente precisava, eles estavam ali para ajudar a gente.