Especialistas afirmam que educação deve estar no “centro” de um projeto de desenvolvimento do país
A educação deve estar no “centro” de um projeto de desenvolvimento do país, de acordo com a opinião dos participantes do 4º debate da Autorreforma do PSB, transmitido ao vivo pelas redes sociais do Partido, na noite desta segunda-feira (31). Os convidados debateram a Revolução Criativa na Educação e maneiras de tornar o ensino no país mais acessível para a população de baixa renda.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, abriu o encontro, moderou o debate e apresentou os questionamentos feitos por participantes de todo país para os convidados desta edição: a presidente do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, Anna Helena Altenfelder, e o titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP, Mozart Neves Ramos.
“Convidamos pensadores de fora do partido para debater esse tema de fundamental importância, pois não acreditamos em um projeto nacional de desenvolvimento, como o que estamos construindo na Autorreforma, que não passe necessariamente pela revolução criativa da educação”, explicou Siqueira.
Para o socialista, o principal ativo do país é a qualificação de seu povo: “Precisamos construir uma educação de qualidade que possa formar para vida, para o trabalho e tornar o profissional brasileiro apto para o desenvolvimento tecnológico do país”.
Anna Helena Altenfelder reconheceu o acerto das ideias do PSB para a educação, e destacou o fato de o partido colocá-la como uma estratégia central de um projeto nacional de desenvolvimento para o país.
“Uma proposta de educação só é prioridade se tem alicerce num programa maior de governo. Isso, no meu ponto de vista, é fundamental”, disse. Para ela, é preciso uma mudança de narrativa e de cultura no país para que haja uma compreensão de que a Educação é fundamental para um desenvolvimento de uma sociedade mais colaborativa, justa, cidadã, com respeito mútuo e pacífica.
“Não existe um país desenvolvido economicamente, socialmente, se não temos uma educação fortalecida”, afirmou a professora que, no início de sua fala, citou o patrono da educação brasileira, Paulo Freire.
Anna Helena destacou avanços na área da educação. “Nós ampliamos e universalizamos o acesso, temos políticas bem sucedidas de avaliação em larga escala e de distribuição de material didático, que se constituíram como políticas de Estado e não de governo, melhoramos os indicadores de aprendizagem”, analisou.
“Mas apesar desses avanços temos enormes desafios e precisamos ir mais além. Precisamos resgatar e fortalecer as pactuações, para formar um pacto nacional para que diferentes setores possam pensar juntos no futuro da educação do Brasil”, disse. Nesse sentido, ela destaca que o documento da Autorreforma do PSB acerta quando mostra a retomada dos investimentos na educação, a revogação da PEC do Teto de Gastos, o fortalecimento do Fundeb, a reestruturação das regras de governança, a valorização e profissionalização da carreira docente e o engajamento das famílias nas atividades escolares. Anna Helena destacou a importância de uma agenda intersetorial, envolvendo a escola, a cultura, o esporte, a saúde, a assistência social e outras áreas para o desenvolvimento educacional.
Para Mozart Neves Ramos, o documento do PSB traz questões relevantes para olhar o futuro da educação no Brasil a partir da análise do presente.
O professor apresentou algumas contribuições ao documento do partido. Segundo ele, é preciso considerar os impactos da pandemia, principalmente na questão da aprendizagem, na desigualdade e no abandono escolar. Destacou a importância do ensino híbrido (presencial e virtual) e disse que é preciso ter compromisso com a conectividade digital, o acesso à internet por todos os alunos e docentes, sabendo trabalhar em redes e em colaboração com a Ciência e as novas tecnologias para a formação das pessoas.
O educador também defendeu a necessidade de romper com a “dicotomia entre o ensino superior e a educação básica”; uma política para o pós-ensino médio, com foco no ensino profissionalizante; o compromisso com a alfabetização das crianças na idade certa; a melhora da profissionalização e a modernização das gestões escolares; a valorização dos professores e a elaboração de um plano de carreira atrativo para o magistério.
“Na última edição do Pisa, somente 2% dos jovens responderam que seguiriam a carreira do magistério. Precisamos mudar essa concepção”, defendeu.
“O Brasil precisa aprender com o Brasil, trabalhar com base nas evidências. Como exemplo, temos as escolas em tempo integral de Ensino Médio em Pernambuco”, Estado administrado pelo socialista Paulo Câmara.
Mozart deu o exempo de Pernambuco como um Estado que deu sequência a uma política pública de educação, independente do governo, e com isso conseguiu se tornar referência no país pelos resultados alcançados.
“Ou seja, ao longo de 20 anos, é uma política que colocou Pernambuco entre os principais Estados na questão do Ensino Médio e que lá atrás estava na rabeira”, completou. Para ele, o Ensino Médio é fundamental por ser a ponte tanto para o mercado de trabalho quanto para o acesso ao Ensino Superior.
Autorreforma
Após dois anos de um debate democrático, construído de forma totalmente colaborativa e aperfeiçoado a cada etapa, as 577 teses do Caderno 4 da Autorreforma estarão sintetizadas na proposta de novo programa e manifesto do PSB que será submetida ao Congresso Nacional do partido, previsto para os dias 26, 27 e 28 de novembro de 2021.
Entre 19 de abril e 26 de julho deste ano, a cada quinze dias, acadêmicos, especialistas e representantes de partidos políticos discutirão em encontros virtuais as teses da Autorreforma. As discussões são abertas à participação de qualquer interessado, em cumprimento à proposta do PSB de discutir a reformulação do partido com a sociedade.
Assista à integra:
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional
Fonte: PSB