Publicado 15 de março de 2023 17:03. última modificação 15 de março de 2023 17:55.

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Falas Necessárias! Secretaria de Mulheres e FJM promovem noite de debates sobre a desconstrução do papel feminino na sociedade

Evento teve a presença de lideranças femininas do PSB de todo país

A Secretaria Nacional de Mulheres do PSB, com correalização da Fundação João Mangabeira (FJM), realizou, nesta terça-feira (14/3), o encontro ‘Sejamos Subversivas!’, uma iniciativa do projeto Cá Entre Nós. O evento foi realizado na sede da FJM e contou com a presença do presidente do PSB, Carlos Siqueira; do vice-presidente da Fundação, Alexandre Navarro; da secretária nacional de Mulheres, Dora Pires; da deputada federal Tabata Amaral (PSB/SP); da deputada federal Lídice da Mata (PSB/BA); da deputada distrital Dayse Amarílio (PSB/DF); da chefe da assessoria técnica da FJM, Márcia Rollemberg, entre outras personalidades.

Dora abriu o evento destacando como este foi construído com muito carinho e que, em 2023, o 8 de março tem um novo significado, dado o resultado das urnas em 2022. “Foi um 8 de março inspirador, com a volta da democracia. Essa edição é muito especial pois teremos o prazer de receber a autora de um livro que nos inspirou profundamente. Precisamos nos unir para não deixarmos a naturalização da violência e a demonização da política, que são dois ingredientes que nos afastam do ambiente da política, que é o lugar aonde vamos construir um lugar melhor para nós, mulheres”, declarou.

Alexandre Navarro parabenizou os presentes e defendeu a igualdade de gênero em todos os espaços políticos, como Congresso, Senado e outros. “Tem que ser isso, metade homens e metade mulheres, e acabar com essa discussão e pronto”, disse o vice-presidente da FJM.

Márcia Rollemberg falou da importância da data, lembrando Mariele e o direito de existir. “Que a gente possa honrar essa estrada e seguir adiante porque ainda temos que caminhar muito para estar onde a gente quiser”. Márcia ressaltou, também, a importância de unir forças com outras mulheres, de outros partidos, pois essa caminhada não é partidária e, sim, plural.

Já a deputada federal Lídice da Mata (PSB/BA), em breve fala, saudou todos os presentes, em especial Dora, reconhecendo seu árduo trabalho à frente da Secretaria de Mulheres.

Dayse Amarílio, deputada distrital (PSB/DF), ressaltou a coragem de assumir um cargo público e como a rede de apoio do PSB foi essencial para que sua força fosse restaurada. “Não é fácil ser militante, não é fácil cuidar de um partido. Mas eu nasci para cuidar de pessoas, e política é cuidar de pessoas”, declarou.

Tabata Amaral, deputada federal (PSB/SP), declarou a honra de estar no PSB, com tantas mulheres fortes e que agregam. “Vamos aprovar um projeto que fará do 14 de março o Dia Mariele Franco, de enfrentamento da violência e política de gênero e eu já trato essa data com esse nome porque, em tão pouco tempo que podemos votar, já temos tantas vitórias, mas ainda temos muitas lutas”. Ela relembrou a lei contra a pobreza menstrual e como foi gratificante vê-la aprovada pelo presidente Lula.

Carlos Siqueira elogiou as mulheres presentes e agradeceu a presença da palestrante. Em seguida, discorreu sobre as conquistas femininas na sociedade. “As mulheres já conquistaram bastante, mas ainda é bem pouco. A construção de políticas públicas voltadas para mulheres é muito importante porque seus direitos precisam estar representados”, enfatizou.

Gisèle agradeceu a presença de todos os participantes, e iniciou a palestra falando do ser biológico, sua trajetória e para passar do ser humano biológico para o ser humano cultural. “A humanidade nunca viu nada de sagrado na nudez do ser humano. Quando o corpo está desnudo somos apenas animais, nos retiram a nossa humanidade. Por isso os nazistas retiravam as roupas dos prisioneiros nos campos de concentração”, exemplificou.

Em outro momento, ela explicou como o lugar reservado às mulheres foi construído durante o tempo, e afirma que um processo que foi construído pode ser desconstruído, pois não está geneticamente instaurado no ser humano. “Nós, mulheres, precisamos ver que ninguém aqui tem o gene de cuidar dos outros, tampouco o gene do ferro de passar roupas, ou da organização da casa, ou o cuidado com toda a família”. Gisèle fez uma reflexão sobre o homem que é capaz de criar grandes economias, arquitetar feitos históricos e é incapaz de tarefas simples, como retirar o lixo, arrancando risos e aplausos dos presentes.

Ela finalizou dizendo que acredita em um humanismo universal, e que os padrões precisam ser desconstruídos, que é preciso que as mulheres deem um passo para o lado, justamente na direção que não queiram que ela vá, como a política, por exemplo. “As mulheres precisam aprender a criar comunidades, a se tornarem parceiras, cidadãs e parceiras de civilização e considerar os homens como parceiros de civilização e, assim, homens e mulheres poderão construir uma humanidade que ainda não aconteceu”, encerrou.

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