Lançado o Observatório da Democracia em Brasília
Aconteceu nesta quinta-feira, 31/1, no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília, o lançamento do Observatório da Democracia, iniciativa de seis Fundações Partidárias (João Mangabeira-PSB, Perseu Abramo-PT, Leonel Brizola/Alberto Pasqualini-PDT, Da Ordem Social-PROS, Lauro Campos-PSOL e Maurício Grabois-PCdoB) para monitorar o governo federal. O evento contou com a presença massiva de lideranças sindicais, populares e de presidentes das fundações, presidentes de partidos e dezenas de deputados federais.
O presidente da Fundação João Mangabeira, ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, que encerrou as falas dos presidentes de fundações, apontou que hoje existem duas globalizações: uma econômica, que tem retirado o poder dos estados-nação; outra, da informação, que gera a manipulação por meio das redes sociais, “qual o país do mundo que o presidente eleito teve a condição de se eleger sem participar de nenhum debate?” Afirmou o ex-governador da Paraíba, que ressaltou ainda que o fato dessas seis fundações estarem juntas não significa que inexistam divergências entre elas, muito pelo contrário, “ nós temos diferenças, essas diferenças não nos diminuem, nos engrandecem porque a sociedade é mais plural do que muitos de nós possamos imaginar”, continuou.
Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, ressaltou a importância de acompanhar as políticas públicas criadas pelo atual governo, além daquelas extintas. Ele explicou a metodologia de sistematização do conteúdo do Observatório da Democracia e afirmou que a democracia no Brasil encontra-se ameaçada pelo desmonte de políticas públicas, “o primeiro passo para mudar a realidade é conhecê-la, se a gente não conhece bem a realidade temos dificuldade de mudá-la”.
Francisvaldo Mendes de Souza, presidente da Fundação Lauro Campos afirmou que é preciso qualificar a democracia, “tudo pode caber numa democracia, nós estamos numa democracia em que as leis não são respeitadas”. Henrique Mathiessen, da Fundação Leonel Brizola/Alberto Pasqualini, disse que o que uniu este grupo foi o valor da democracia. Ele lembrou a trajetória do presidente João Goulart, “ As elites não titubeiam para acabar com a democracia quando seus interesses estão em jogo, nós trabalhistas sabemos bem o que é isso, pois tivemos um Presidente da República deposto e levado para o exílio e morreu no exílio, que é João Goulart, que este ano completaria 100 anos.
“ É um fato inédito seis fundações de partidos diferentes se juntarem para definir uma tarefa que para nós é muito importante, que é o acompanhamento investigativo desse governo. O Observatório da Democracia é um trabalho de investigação”, afirmou Renato Rabello, presidente da Fundação Maurício Grabois. Rabello definiu o papel das Fundações como aquele de produzir informações para que os partidos tenham elementos para produzir análises que orientem suas definições políticas.
O ex-senador João Capiberibe, vice-presidente do Partido Socialista Brasileiro ressaltou a importância de conhecer e se aprofundar no tema da democracia digital, “ eu gostaria de acrescentar um tema: a tecnologia digital e a sociedade em rede como instrumento de avanço da democracia, o que nós vimos na eleição passada foi a utilização desses instrumentos contrariando os interesses democráticos”.
O lançamento marcou o encerramento de um dia de debates entre as fundações, que teve início com uma oficina realizada no Senado Federal.
Acesse o Observatório da Democracia: www.observatoriodademocracia.org.br