PENSE BRASIL discute os rumos da educação no País
O PENSE BRASIL – Educação: Uma Questão de Futuro reuniu nesta quinta-feira, 13, em São Paulo, dezenas de especialistas, gestores públicos e líderes políticos para discutir os difíceis rumos da educação no país.
O PENSE BRASIL é um ciclo de debates estratégicos, voltados ao debate sobre o futuro do país, de responsabilidade da Fundação João Mangabeira (FJM), vinculada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Para o presidente da Fundação, Ricardo Coutinho, “o Pense Brasil é um projeto que vai rodar o País, começando por São Paulo e pela educação que é o tema mais agudo na agenda nacional, não só em função dos ataques que o setor vem sofrendo, mas porque é impossível pensar uma nação que atinja o nível de civilidade adequado, sem passar por um grande investimento na educação ao longo de décadas, gerações. Pretendemos que o PSB possa dialogar com a sociedade para contribuir e ultrapassar esses tempos sombrios que estamos vivendo”, afirmou Coutinho.
O ex-governador paulista Marcio França destacou a necessidade de mostrar à sociedade a importância da educação pública. “Aqui em São Paulo, nas nossas universidades estaduais, USP, Unicamp e Unesp, 57% dos alunos são oriundos da escola pública. Mas temos que melhorar a situação dos professores e, então, atrair mais talentos para as salas de aula”, disse. O ex-ministro da Educação, José Henrique Paim, trouxe para o debate sua preocupação com a desigualdade educacional. “Precisamos estruturar o Sistema Nacional de Educação que equilibre melhor o setor nos mais de cinco mil municípios brasileiros. A criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), por exemplo, significou aumento de investimentos em vários municípios, mas também a redução da verba em 1.300 municípios”, disse Paim.
O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, concordou com Paim sobre a estruturação do Sistema Nacional de Educação e fez duras críticas ao ensino particular brasileiro. “Precisamos de um sistema privado de natureza não mercantil, como em outros países. Hoje, apenas uma rede particular tem mais alunos que as 66 universidades federais e ela prioriza o lucro”.
O secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, trouxe um exemplo prático. “Quando fomos implantar as escolas de período integral no estado, hoje já são 153, recebemos a orientação do governador Ricardo Coutinho, de procurar a Secretaria de Segurança e buscar o mapa de violência do estado. Daí, implantamos primeiro o período integral nos locais de maior vulnerabilidade. No final de 2018 fizemos uma avaliação e percebemos que onde o período integral foi implantado houve redução de crimes violentos da ordem de 72%”. O deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) disse que a bancada da educação na Câmara dos Deputado vem lutando para manter o Fundeb, que tem data para terminar, 2020. “Estamos fazendo um esforço muito grande para constitucionalizar o Fundeb e dar-lhe novas regras, para que ele seja mais distributivo entre os municípios e induza uma qualidade melhor na educação”, afirmou.
O debate sobre Educação reuniu Ricardo Coutinho, Marcio França; o ex-ministro José Henrique Paim, o reitor Roberto Leher, o deputado federal Felipe Rigoni; Ana Abreu, professora da Universidade Federal de Alfenas (MG); Ester Dweck, professora da UFRJ; Jorge Abrahão, do Ministério do Planejamento; Aléssio Trindade, secretário de Educação da Paraíba; Frederico da Costa Amâncio, secretário de Educação de Pernambuco; Paulo Matheus, secretário de Educação de Guarulhos (SP) e o vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB).