Publicado 3 de novembro de 2020 20:31. última modificação 3 de novembro de 2020 20:31.

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Pense Brasil discutiu as tendências da cultura e dos trabalhadores do setor durante a pandemia

Com a participação do criador e curador da Balada Literária, Marcelino Freire, e da advogada atuante na área de produção executiva de grandes eventos e conteúdo audiovisual, Viviane Mendonça, o Pense Brasil Virtual do último dia 2 de novembro propôs um debate sobre as tendências da cultura e dos trabalhadores do setor no país.

A conferência online teve o tema “Trabalhadores da cultura brasileira em contexto de pandemia”, e foi mediada pelo diretor de organização da Fundação João Mangabeira, Fábio Maia, e pela educomunicadora e jornalista, Adriana Silva.

Adriana iniciou o debate lembrando que o setor cultural é o que mais sofreu com os impactos econômicos da pandemia, e foi o primeiro a parar quando decretadas as medidas de isolamento social no Brasil. “Isso tem, é claro, a ver com o formato dos projetos culturais, que acabam promovendo aglomeração de pessoas, pelo menos no teatro, cinema, shows musicais, exposições e outros tipos de eventos culturais. E será, por conta dessa mesma característica, o setor que vai mais lentamente ter suas atividades retomadas”, disse a jornalista e educomunicadora.

Viviane lembrou que a arte, a cultura e especialmente a arte digital e o audiovisual se tornaram imprescindíveis nesse momento de pandemia, para garantir a nossa saúde mental. “No segmento de produção audiovisual o impacto foi imenso, não só para as empresas como para os trabalhadores, e será necessária uma estratégia de governo para superar essa crise que vivemos e a que ainda está por vir”, explicou Viviane, que também é superintendente da Fundação do Livro e Leitura e está há 10 anos à frente da coordenação da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto.

“Penso nessa reinvenção, no quanto a gente teve que se reinventar e enfrentar essa instabilidade. E a cada dia temos que mobilizar forças contra o que aí está: o desgoverno, a crise política e o colapso de uma pandemia atravessando todos nós”, disse o romancista Marcelino Freire. “Nós, artistas, sempre convivemos com a crise, com a instabilidade, ameaças e perseguições. Mas ninguém cala um poeta. Essa é a experiência que vejo pelo Brasil todo e que tenho com amigos que não deixam de produzir.

Somos cangaceiros, guerrilheiros, guerreiros da cultura, porque a todo tempo tentam nos calar, o tempo inteiro tentam nos matar. Nós não aceitamos isso e nos articulamos para lutar e sobreviver”, completou Freire.

O diretor de organização da Fundação João Mangabeira, Fábio Maia, concordou que a cultura no Brasil sempre foi feita com muita resistência e persistência. “E um ponto muito relevante é que temos políticas públicas de governo, e não de Estado. Quando ela é de governo e há uma mudança de gestor, ele tem a possibilidade de mudá-la. Por outro lado, se for uma política pública de Estado, enraizada na população, ela é muito mais forte e mais difícil de ser modificada, salientou Maia.

Nessa edição do Pense Brasil também houve o lançamento virtual dos cadernos do Pense Brasil, com as edições anteriores do programa de seminários da Fundação João Mangabeira, que tiveram conferências sobre temas de enorme relevância. Os debates trouxeram reflexões e buscaram propor soluções para pontos imprescindíveis da atualidade no Brasil e na América Latina. Os cadernos estão disponíveis no site da Fundação João Mangabeira, no endereço fjmangabeira.org.br .

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