Professora Lúcia França lança projeto PSB Por Elas com apoio da FJM e mobiliza mulheres para chapas 50/50 nas eleições de 2024
Evento reuniu cerca de 500 pessoas militantes do PSB e também de outros partidos no auditório da Alesp em São Paulo
A Fundação junto com o PSB São Paulo lançaram no último sábado (16) de setembro o projeto “PSB Por Elas”, idealizado pela professora Lúcia França, que foi candidata a vice-governadora de São Paulo em 2022 e é esposa do Ministro de Empreendedorismo e ex-governador de São Paulo Márcio França. O evento contou com a presença de mais de 500 mulheres de todo Estado, que vieram prestigiar uma iniciativa inédita do PSB São Paulo. Compuseram a mesa além de Lúcia França a deputada federal Tábata Amaral, a deputada estadual Andréa Werner, a vereadora de Alumínio Professora Meire, a única vereadora trans do nordeste, Tabata Pimenta, a advogada, professora universitária, Doutora e Mestra em Direito Constitucional e palestrante Gabriela Araújo, a Secretária Nacional de Mulheres, Dora Pires, a Secretária de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Tatiana Roque e a atriz e ativista ambiental Lucélia Santos.
O objetivo foi reunir e mostrar a força da mulher paulistana nas próximas eleições de vereadores em todo Estado. A campanha “PSB por elas” é encabeçada pela Professora Lúcia França, que abriu o evento falando da importância da união das mulheres por essa meta. “Não faz sentido termos 52% de mulheres no Estado e só 15% de representação nas câmaras de vereadores das cidades do Estado. Precisamos estar presentes nos ambientes de poder e assim modificar a política e vida das pessoas”, enfatizou Lúcia.
A palestrante Gabriela Araújo mostrou números da imensa desigualdade quando se trata de homens e mulheres na política brasileira e reiterou como a PEC 32, votada na semana passada pelos deputados, é um retrocesso ao processo eleitoral e pode prejudicar ainda mais o aumento das mulheres no poder. Dora Pires seguiu a doutora e citou as lutas das mulheres em Brasília para resistir ao tamanho absurdo que está nas entrelinhas do projeto que agora segue para o senado. Entusiasmada pela luta feminina, a Secretária Nacional de Mulheres do PSB deixou bem claro que “querem que a gente volte para o fogão e eles podem ficar preocupados porque não voltaremos, a não ser quando e como nós quisermos”, bradou Dora levando as presentes ao delírio e recebendo muitos aplausos.
A vereadora e única representante preta na mesa, a professora Meire Barbosa falou sobre a sua história pessoal e como a representatividade preta faz diferença na vida das meninas e mulheres. Ela contou sua trajetória e as três vezes que se candidatou ao cargo de vereadora e não venceu e que agora, com mais de 70% de seu eleitorado feminino na sua cidade, tem o objetivo de se tornar prefeita da cidade de Alumínio, interior de São Paulo, nas próximas eleições e da liderança nas pesquisas.
Já a vereadora Tábata Pimenta, que veio diretamente de Natal/RS para o evento, listou os desafios de uma mãe atípica e primeira vereadora trans do nordeste. A secretária de ciência e tecnologia do Rio de Janeiro, Tatiana Roque, se mostrou bastante emocionada com um evento tão vibrante e disse “que essas mulheres aqui presentes sirvam de exemplo para outras mulheres e que o Rio de Janeiro tenha um PSB tão forte quanto o de São Paulo e que o exemplo se espalhe para outros estados”.
Lucélia Santos lembrou que o poder é masculino e que será preciso muito mais que vagas iguais, “é preciso que uma reforma política aconteça, pois a política está desumanizada e são as mulheres que trarão essa humanização farão toda diferença, cravou Lucélia.
Andrea Werner contou um pouco dos desafios dos primeiros meses de mandato na Alesp, da luta para derrubar o loby dos planos de saúde, um dos mais poderosos do país e empolgou a todos com uma frase: “Histéricas não, históricas!”, se referindo aos homens que insistiam em chamar assim as mulheres que lutaram pelos direitos de seus filhos ao atendimento nos planos de saúde. Sobre o avanço das mulheres na política, Werner reiterou as dificuldades e ameaças constantes, mas também incitou as presentes a participar, cobrar seus candidatos e a ocupar espaços.
Tábata Amaral, que fechou a manhã de discursos motivadores, detalhou a luta e os desafios de se fazer presente na Câmara dos deputados, em Brasília, e repetiu uma frase que costuma dizer aos seus pares com frequência: “se vocês estão incomodados comigo, vocês aguardem porque tem muitas outras vindo aí”, se referindo às mulheres que ingressarão na política e farão a diferença, assim como ela agora, no futuro. Sobre a eleição na cidade de São Paulo em 2024, a parlamentar que também é presidente do PSB na Capital foi categórica: “vamos liderar pelo exemplo, vamos ter a melhor chapa na eleição municipal de 2024, a chapa mais diversa e a que representa diferentes causas”, emplacou.
O evento terminou com um coro de vozes femininas cantando a música “Maria, Maria” de Milton Nascimento e com a certeza que ainda há muito para ser feito, mas o primeiro passo já foi dado e a caminhada pela equiparação de homens e mulheres em cargos públicos é só ponto de partida.